ARTISTAS LOCAIS E DE OUTRAS PARAGFENS

Primeira Anterior ...          Próxima Ultima

FIBRAS DE BANANEIRAS


(Imagem 6/5)

A palha da bananeira se transformou na principal matéria-prima do artesanato de bolsas, cachepôs e peças de utilitárias. Um projeto de capacitação do Sebrae formou artesãos, que se inspiram nas paisagens locais para produzir diferentes itens.


A seleção da matéria-prima começa na lavoura. O agricultor Edvaldo Matias colhe os caules de bananeira. Depois, o transporte é feito no lombo de um jumento, da roça para a associação de artesãos.


Quando o pé de banana chega no galpão, 15 pessoas trabalham para preparar a palha - a fibra que as mulheres usam para fazer o artesanato. Isso pode levar de dois a quatro dias dependendo do clima. Depois de extraídas, as fibras da bananeira precisam secar no varal, até alcançar o ponto certo para os artesãos.


“As duas partes principais da bananeira são a renda e a barriga. A gente faz coisas incríveis, que ninguém imagina, com a palha da bananeira”, conta a artesã Cícera Mônica Crispim.


Baturité fica entre a seca da caatinga e a mata atlântica do Ceará. Há dois anos, Wellinton Farias, o presidente do grupo de artesanato, registrou em desenhos e fotografias a natureza da região, para ser fonte de inspiração para novos projetos.


O Sebrae orientou os artesãos para valorizar as imagens de Baturité e também organizou o acesso dos produtos em feiras e rodadas de negociação.


“Nós conseguimos com que o grupo se juntasse em busca de melhorias. A gente começou a dar capacitação e acompanhamento, tanto na área gerencial, quanto tecnológica. O objetivo é buscar a melhoria do produto e a inserção dele em novos mercados. Ou seja, preparamos o produto para ser colocado no mercado”, afirma Vanderlene Vasconcelos, do Sebrae do Ceará.


O próximo passo do grupo é padronizar o tamanho e as cores das peças. Assim ficará mais fácil a negociação com as grandes lojas.


“Nosso objetivo é trabalhar com qualidade para alcançar os grandes clientes, ou seja, um mercado atacadista que tenha mais visão para o artesanato”, diz Wellinton Farias.


De acordo com Vanderlene, o trabalho é bastante atrativo, elaborado e criativo.


“As cores são bem sugestivas e é um trabalho muito bem feito”, fala orgulhosa.


A artesã Maria Creuza, que antes vendia roupas de porta em porta, comprou o primeiro telefone com o dinheiro do artesanato. Hoje, ela é uma das principais trançadeiras do grupo e quer aprender mais.


“Meu sonho é progredir cada vez mais. Eu penso que o artesanato da palha da bananeira vai longe, não tem limite”, sonha a artesã.


O próximo passo é conquistar cada vez mais o mercado interno.


“A princípio queremos conquistar o mercado interno, mas já foram feitos contatos com outros países. Inclusive já vendemos para pessoas de Cabo Verde, que gostaram do produto e já compraram vários”, comemora Vanderlene.


Para obter outras informações sobre o apoio do Sebrae ao artesanato procure um posto de atendimento mais perto de você ou acesse o site http://www.sebrae.com.br.