A palha da bananeira se transformou na principal matéria-prima do artesanato de bolsas, cachepôs e peças de utilitárias. Um projeto de capacitação do Sebrae formou artesãos, que se inspiram nas paisagens locais para produzir diferentes itens.
A seleção da matéria-prima começa na lavoura. O agricultor Edvaldo Matias colhe os caules de bananeira. Depois, o transporte é feito no lombo de um jumento, da roça para a associação de artesãos.
Quando o pé de banana chega no galpão, 15 pessoas trabalham para preparar a palha - a fibra que as mulheres usam para fazer o artesanato. Isso pode levar de dois a quatro dias dependendo do clima. Depois de extraídas, as fibras da bananeira precisam secar no varal, até alcançar o ponto certo para os artesãos.
“As duas partes principais da bananeira são a renda e a barriga. A gente faz coisas incríveis, que ninguém imagina, com a palha da bananeira”, conta a artesã Cícera Mônica Crispim.
Baturité fica entre a seca da caatinga e a mata atlântica do Ceará. Há dois anos, Wellinton Farias, o presidente do grupo de artesanato, registrou em desenhos e fotografias a natureza da região, para ser fonte de inspiração para novos projetos.
O Sebrae orientou os artesãos para valorizar as imagens de Baturité e também organizou o acesso dos produtos em feiras e rodadas de negociação.
“Nós conseguimos com que o grupo se juntasse em busca de melhorias. A gente começou a dar capacitação e acompanhamento, tanto na área gerencial, quanto tecnológica. O objetivo é buscar a melhoria do produto e a inserção dele em novos mercados. Ou seja, preparamos o produto para ser colocado no mercado”, afirma Vanderlene Vasconcelos, do Sebrae do Ceará.
O próximo passo do grupo é padronizar o tamanho e as cores das peças. Assim ficará mais fácil a negociação com as grandes lojas.
“Nosso objetivo é trabalhar com qualidade para alcançar os grandes clientes, ou seja, um mercado atacadista que tenha mais visão para o artesanato”, diz Wellinton Farias.
De acordo com Vanderlene, o trabalho é bastante atrativo, elaborado e criativo.
“As cores são bem sugestivas e é um trabalho muito bem feito”, fala orgulhosa.
A artesã Maria Creuza, que antes vendia roupas de porta em porta, comprou o primeiro telefone com o dinheiro do artesanato. Hoje, ela é uma das principais trançadeiras do grupo e quer aprender mais.
“Meu sonho é progredir cada vez mais. Eu penso que o artesanato da palha da bananeira vai longe, não tem limite”, sonha a artesã.
O próximo passo é conquistar cada vez mais o mercado interno.
“A princípio queremos conquistar o mercado interno, mas já foram feitos contatos com outros países. Inclusive já vendemos para pessoas de Cabo Verde, que gostaram do produto e já compraram vários”, comemora Vanderlene.
Para obter outras informações sobre o apoio do Sebrae ao artesanato procure um posto de atendimento mais perto de você ou acesse o site http://www.sebrae.com.br.