ARTISTAS LOCAIS E DE OUTRAS PARAGFENS

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NASCIMENTO DA ARTE ESCULPINDO NA MADEIRA


(Imagem 1/5)

Juazeiro do Norte. Um dos principais centro de produção de artesanato do Nordeste passou por reformulações no estatuto da Associação dos Artesãos do Padre Cícero, conhecida como Centro de Cultura Popular Mestre Noza. Este ano, a pretensão é investir na otimização do espaço, há muitos anos reduzido para abrigar o número de peças de arte produzidas, e possibilitar maior divulgação, por meios de parcerias com o poder público. Este ano, com a nova mudança, há expectativa de duplicar o faturamento. Um projeto foi encaminhado para a Secretaria de Cultura do Estado, com a proposta de transformação do espaço em um novo Ponto de Cultura.

Segundo o novo presidente da entidade, Hamurabi Bezerra Batista, há cerca de cinco meses houve uma adequação do estatuto da entidade, possibilitando a regulamentação da diretoria, os prazos para cada presidente administrar a entidade, maior clareza no que diz respeito à administração financeira e a participação dos associados. São 24 anos de existência da instituição.

Proposta diferenciada

Para Hamurabi, houve um processo de amadurecimento da entidade ao longo de sua trajetória, desde 1984, sendo bastante representativa. Antes, administrada por Lourdes Batista, a entidade conseguiu se manter durante todos esses anos por meio de uma proposta diferenciada, adquirindo a produção dos artesãos e repassando para os consumidores das principais capitais nordestinas, Sul e Sudeste do País e algumas localidades do exterior. “Esse sistema de trabalho é que faz a grande diferença das entidades do gênero no País. São poucas que conseguem desenvolver um trabalho com essa sistemática”, explica Hamurabi.

Um trabalho de recadastramento dos artistas, com a mudança no estatuto, está sendo feito. Atualmente são 130 artesãos. Cerca de 110 atualizaram cadastro, com suas próprias assinaturas. De acordo com Hamurabi, deverá haver um aumento no computo geral. A proposta veio dar embasamento à lei que rege as associações, também proporcionando um trabalho mais sistematizado.

E não é para menos a preocupação, já que o Centro é uma das referências na arte popular nordestina. As peças produzidas pelos artistas que fazem parte do Mestre Noza circulam o mundo. Estão em países da Europa, Estados Unidos, Sul e Sudeste. Hamurabi ressalta a necessidade de apoio das instituições para possibilitar tanto a divulgação como a otimização do espaço. Há mais de 10 anos a entidade se encontra sem apoio do poder público. Ele ressalta o interesse de se promover parceria com a Prefeitura Municipal de Juazeiro, no sentido de possibilitar obras de ampliação do espaço físico, já que muitas peças que são adquiridas pelos artistas ficam no pátio à espera do consumidor, à mercê de sol e chuva. “Muitas vezes essas peças chegam a estragar, mas essa é a realidade que temos hoje”, ressalta ele. Uma das primeiras providências foi retomar a parceria com o Sebrae. Segundo o presidente da entidade, durante muitos anos tem sido o grande parceiro do Mestre Noza, possibilitando maiores negociações e divulgação dos produtos. Tanto que em outubro de 2008, durante a Rodada Internacional de Negócios do Artesanato, se chegou a comercializar mais peças do que os três anos anteriores. Ele também destaca o espaço da Ceart, na Capital, como centro importante para vendas e divulgação da arte regional do Cariri.

Parceria

Dentro da proposta de Ponto de Cultura, Hamurabi destaca a importância de se divulgar a entidade entre os caririenses. Para isso, irá solicitar parceria da Secretaria de Cultura do Estado para garantia de transporte e agendamento das visitas dos alunos. Cerca de 60% das vendas do Centro estão voltadas para o mercado nordestino, incluindo as capitais de Maceió, Fortaleza e Recife.

Média de 35% dos produtos vão para o Sul e Sudeste e apenas 4% para o mercado regional e 1% destina-se ao exterior. Essa realidade, conforme Hamurabi, poderá ser mudada a partir de um trabalho de divulgação e conscientização da importância do que a arte representa para a região.

ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter